KFC

Bem vindo ao site do Knife Fighting Club.

O KFC é um clube nascido da união de pessoas interessadas em aprender, desenvolver e aprimorar seus conhecimentos e habilidades no uso de lâminas curtas para defesa pessoal e combate.

Neste site compilamos material para estudo teórico, a ser discutido e testado em nosso treinos.

Não aconselhamos tentar aprender algo válido de ser posto em prática apenas acompanhando a parte teórica aqui apresentada. Para tanto, recomendamos treinamento com instrutores responsáveis.

Ou ainda, juntar-se a nós, e aprendermos juntos.



NÃO ACONSELHAMOS NINGUÉM A TENTAR UTILIZAR UMA FACA PARA DEFESA PESSOAL.

NUNCA ESQUEÇA, PUXAR UMA FACA É UM BOM MOTIVO PRA TOMAR UM TIRO.

UMA FACA NÃO INTIMIDA NINGUÉM, A NÃO SER SUJA DE SANGUE.

MAS AÍ, A MERDA JÁ TERÁ SIDO FEITA.



terça-feira, 1 de março de 2011

Minha Faca



Uma faca para porte diário é algo muito mais complexo do que parece.

Em primeiro lugar ela deve ser eficiente. Uma arma. Algo que possa me tirar de uma roubada quando necessário.

Uma faca que eu possa confiar. Resistente. Que corte. Que fure. Que não quebre.

No entanto, tem que ser invisível. Seu porte deve ser o mais discreto possível. Ela só deve aparecer quando for pra entrar em ação.

O porte tem que ser confortável. O saque, rápido. A bainha, segura, para que não exista o risco de cair.

Nunca encontrei no mercado nenhuma que me satisfizesse completamente. Então resolvi desenhar uma eu mesmo, misturando as diversas facas que tive ao longo dos anos, com mais algumas características que vi em facas dos grandes Mestres da cutelaria.



Uma barra de aço SAE 5160 de 5mm de espessura. Temperada, chega a uma dureza Rockwell 65.

A empunhadura não podia ser mais simples. Uma cordinha enrolada, uma tira de couro... Fica na espessura que mais convier a quem a usa. Ao gosto de quem usa. Customizável.

Uma "3 dedos". O "pomo" fica fixo na palma da mão, a base do empunhar são 3 dedos, com o quarto dedo dando uma firmeza a mais.

O cabo vai ficando mais largo a caminho do pomo. Tirei essa idéia de um cutelo japonês que possuo, que encaixa na mão e não escorrega de jeito nenhum. A pressão que os dedos exercem é gradual, coerente com a mão humana.

A lâmina tem suas referências nas Randall mesmo. Mas em escala menor, e com curvas mais acentuadas.

O contra-fio ou "fio falso" na realidade é afiado. A idéia é que ela tenha a penetração de uma adaga. E um movimento que normalmente seria de "enganchar" como com o clip de uma Ka-bar, nela tem o objetivo de um corte mesmo.

A lâmina tem 8cm. Sempre vai existir um idiota levantando a lei de 1935 que dispunha sobre "armas brancas" que fala sobre a lâmina de 8cm ou quatro dedos. Lei revogada, mas mais um motivo pra delegado nenhum encrencar (a discussão jurídica sobre Armas Brancas é enorme e controversa, há muito o que ler a respeito).

8cm não é o ideal. Mas é suficiente. A penetração de 8cm chega a qualquer órgão vital.

Com isso a faca fica com o comprimento total de 18cm. Perfeitamente "portável dissimuladamente".

Tentei desenhá-la pensando muito nas curvas, nos movimentos circulares de corte, e que considero a base do combate com lâminas. A única linha reta na faca é a demarcação da guarda pra lâmina. Fora isso, tudo são curvas.



A bainha ainda tenho que melhorar. O porte que prefiro é este horizontal nas costas. Discreto, confortável (bom de andar de moto). Ainda dá pra melhorar, quero algo menor, talvez uma bainha embutida no cinto, não tenho certeza ainda.


Porque não um canivete?

Porque quando achar um canivete com todas as propriedades e qualidades que quero, ele já terá passado longe dos U$200.

E principalmente, porque no fim dos anos 80 tive o prazer de conhecer o Seu Edvaldo. Era dito que ele dava "treinamento pras Forças Especiais do Exército Brasileiro", e foi pra mim o primeiro cara que deu a noção de que o manejo de uma faca pode ter um método.
Quanto a canivetes, ele dizia que "na hora que a cobra fuma e a onça bebe água, você não quer ter que se preocupar da lâmina fechar nos seus dedos".

Seu Edvaldo era um coroa durão, um velho senhor com suas cicatrizes, e o pouco que falava era pra ser ouvido e respeitado.

Por mais que as travas de segurança tenham se desenvolvido e aperfeiçoado... bom, me considero velha guarda. Prefiro me preocupar com o fumo da cobra e a água da onça...


Enfim, minha faca não tem nenhuma novidade. Seria muita pretensão com minha experiência querer discutir design com Randalls e Loveless da vida.

Mas tentei copiar tudo que eu via de importante em uma só faca, e estou bastante satisfeito com o resultado.