"Porque na ponta da faca
Uma barriga não erro
E um ladrão que me rouba
Até o cabo eu enterro
Pule o que for mais valente
Para eu corrê-lo no ferro"
Embora muito antigo em nosso país, o
termo faca de ponta tornou-se a designação genérica de vários tipos
de lâminas produzidas e usadas especificamente na região Nordeste do
Brasil.
A área de produção e uso das antigas facas de ponta iniciava-se no Sul da Bahia, abrangia toda a região Nordeste e chegava até os Estados do Norte, os quais nunca tiveram uma cutelaria de estilo próprio.
Assim, ao lado dos clássicos facões de mato, as facas de ponta foram, sem qualquer dúvida, as mais utilizadas lâminas brasileiras, tanto por parte de simples trabalhadores que participaram dos ciclos da cana-de-açúcar, do gado, do cacau e da borracha quanto pelos senhores que os comandavam.
Segundo registros escritos de 1817, as facas de ponta do Nordeste teriam nascido na antiga Aldeia de Pasmado, atual cidade de Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco, embora a atividade cuteleira na região fosse bem conhecida desde 1780. Essas antigas crônicas dizem que o viajante ao aproximar-se da aldeia já ouvia intenso e marcante som de lâminas sendo forjadas, tamanho era o número de cutelarias que lá existia.
Naquelas regiões, as oficinas que produziam, entre outros, itens de cutelaria eram conhecidas como tendas de ferreiro, ou simplesmente tendas, e quando a faca era requintada costumava-se chamá-la de “faca-jóia”.
De acordo com o famoso autor Gustavo Barroso (no conto "O Patuá", em "Praias e Várzeas", de 1915), também no Ceará do século XIX alguns cuteleiros já eram famosos: "...tinha um verdadeiro arsenal. Andava... com uma faca feita pelos Fernandes do Crato, os ferreiros mais afamados do Ceará."
Ainda nas primeiras décadas do século XIX também ficaram muito famosas as facas de ponta e punhais produzidos no Vale do Pajeú de Flores, em Pernambuco, especialmente aquelas oriundas de povoados da Serra de Baixa Verde e tão grande foi essa fama que a essas lâminas se emprestou os nomes ora de “Pajeú”, ora de “Baixa Verde” . Conforme alguns autores regionais e estudiosos, nessas localidades teria sido criado o característico estilo da empunhadura “embuá”, um verdadeiro ícone na configuração das facas nordestinas.
A área de produção e uso das antigas facas de ponta iniciava-se no Sul da Bahia, abrangia toda a região Nordeste e chegava até os Estados do Norte, os quais nunca tiveram uma cutelaria de estilo próprio.
Assim, ao lado dos clássicos facões de mato, as facas de ponta foram, sem qualquer dúvida, as mais utilizadas lâminas brasileiras, tanto por parte de simples trabalhadores que participaram dos ciclos da cana-de-açúcar, do gado, do cacau e da borracha quanto pelos senhores que os comandavam.
Entretanto, não devemos nos esquecer que este também foi o primeiro nome de facas
brasileiras destinadas à defesa, sendo ainda interessante notar que o nome faca
de ponta iniciou-se, pelo menos de forma documental, em lei (bando) de
1722, da então Capitania de São Paulo, mas – a exceção do Rio Grande do
Sul - foi voz corrente em todas as outras regiões do Brasil e, pelo
menos até a década de 1920, sendo utilizado inclusive no sertão paulistano,
conforme nos cientifica este trecho do conto "Pedro Pichorra",
publicado em 1919 no livro "Cidades Mortas" de Monteiro Lobato: "...realizara o sonho de toda criança da roça, a faca de
ponta. Dera-lhe o pai, como diploma de virilidade: - Menino, doravante és
homem..."
Segundo registros escritos de 1817, as facas de ponta do Nordeste teriam nascido na antiga Aldeia de Pasmado, atual cidade de Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco, embora a atividade cuteleira na região fosse bem conhecida desde 1780. Essas antigas crônicas dizem que o viajante ao aproximar-se da aldeia já ouvia intenso e marcante som de lâminas sendo forjadas, tamanho era o número de cutelarias que lá existia.
Naquelas regiões, as oficinas que produziam, entre outros, itens de cutelaria eram conhecidas como tendas de ferreiro, ou simplesmente tendas, e quando a faca era requintada costumava-se chamá-la de “faca-jóia”.
De acordo com o famoso autor Gustavo Barroso (no conto "O Patuá", em "Praias e Várzeas", de 1915), também no Ceará do século XIX alguns cuteleiros já eram famosos: "...tinha um verdadeiro arsenal. Andava... com uma faca feita pelos Fernandes do Crato, os ferreiros mais afamados do Ceará."
Ainda nas primeiras décadas do século XIX também ficaram muito famosas as facas de ponta e punhais produzidos no Vale do Pajeú de Flores, em Pernambuco, especialmente aquelas oriundas de povoados da Serra de Baixa Verde e tão grande foi essa fama que a essas lâminas se emprestou os nomes ora de “Pajeú”, ora de “Baixa Verde” . Conforme alguns autores regionais e estudiosos, nessas localidades teria sido criado o característico estilo da empunhadura “embuá”, um verdadeiro ícone na configuração das facas nordestinas.
É também especialmente curioso o fato de que algumas
cutelarias de Flores (PE) produziam lâminas de extrema flexibilidade,
especialmente para punhais, os quais, segundo alguns autores nordestinos,
“retiniam como um sino quando nelas se batia” e apresentavam “...a
técnica do enverga-mas-não-quebra, dos cortes e da perfuração sem fazer força”.
Parte do texto:" Facas de Ponta - Arma do Cangaço" de Mario Santos Carvalho
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